De 13 a 19 junho, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), seguindo a World Allergy Organization (WAO), realiza a Semana Mundial de Alergia com o objetivo de conscientizar a população sobre o diagnóstico, tratamento e prevenção das diversas formas de alergias. O tema central deste ano é anafilaxia.
Segundo a cooperada da Unimed Bauru, a especialista em alergia e imunologia, Daniela Rigotto Bannwart, a anafilaxia é uma reação alérgica que pode ser grave, imprevisível e tem rápida evolução podendo ser potencialmente fatal. A anafilaxia pode provocar sintomas em diversos órgãos como pele, olhos, boca, comprometer as vias aéreas, sistema nervoso, trato gastrointestinal, genito-urinário e até mesmo colapso circulatório podendo levar à morte.
A reação alérgica acontece, de um modo geral, através do contato com alérgeno e deve ser considerada anafilática quando acomete 2 sistemas (por exemplo, pele e sistema respiratório). O alérgeno pode ser o alimento (leite, ovo, amendoim, nozes, sementes, frutos do mar, entre outros), medicamentos (como antibióticos e anti-inflamatórios), picadas de insetos (abelhas, vespas e formigas) ou ainda através do contato com látex entre outros.
“Não há como saber se uma pessoa vai ter anafilaxia, por isso é importante saber que ela existe e o que precisa ser feito caso ocorra a reação”, diz a médica.
Os sintomas da anafilaxia podem surgir na pele, através de vergões (urticária) e inchaços (angioedema) ou ainda se manifestar em outros sistemas como respiratório, gastrointestinal ou cardiocirculatório nos casos mais graves.
“É importante falarmos sobre anafilaxia porque é um problema imprevisível. Pessoas com alguns tipos de alergias ou que já tiveram um quadro de anafilaxia anterior podem ser mais suscetíveis, contudo, não é possível saber se o quadro vai evoluir de forma grave ou não. Por isso, todo paciente que tem um quadro alérgico e que pode evoluir para anafilaxia precisa ter um plano de ação feito pelo especialista e dessa forma saber como tratar seus sintomas na medida em que eles acontecem”, explica a especialista.
De acordo com a médica, os casos de alergia têm aumentado no mundo todo nos últimos anos e com a anafilaxia não é diferente. Estima-se que um a cada 200 atendimentos feitos em emergências seja de um caso de reação alérgica grave e que 2% da população tenha tido pelo menos um episódio de anafilaxia ao longo da vida.
“Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, as mudanças no estilo de vida nos últimos anos e também na alimentação das pessoas podem ser responsáveis pelo aumento dos casos”, afirma a médica alergista.
O tratamento da anafilaxia é feito principalmente com adrenalina. Os pacientes que apresentam risco de ter reação anafilática devem portar adrenalina auto injetável que infelizmente ainda não é comercializada no Brasil. Dessa forma, é importante que o paciente procure o quanto antes um especialista quando tem uma reação alérgica para que, se necessário, ele seja orientado como deve agir em caso de reação através do seu plano de ação.